Greve no Banco Central

Técnicos do Banco Central vão cruzar os braços por 48 horas

Diretoria já cancelou distribuição de numerário para segurança e centrais de atendimento

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Brasília – Técnicos do Banco Central prometem paralisar seus trabalhos por 48 horas a partir da zero hora desta terça-feira, 16, para “modernizar a carreira” desses trabalhadores. Esta é a quarta vez no ano que esses profissionais se manifestam. Nas duas primeiras, em abril, a duração foi apenas de horas e, em maio, os profissionais cruzaram os braços por um dia.

Segundo o Sindicato Nacional dos Técnicos do BC (Sintbacen), como não houve resposta prometida pela instituição, agora querem que o presidente da casa, Alexandre Tombini, entre no circuito de negociações. As principais áreas que serão afetadas pela paralisação são a de meio circulante, da segurança e de algumas centrais de atendimento.

Segundo o vice-presidente do Sindicato, Willekens Brasil, o BC já cancelou a distribuição do numerário do Rio de Janeiro para as demais praças, segurança e algumas centrais de atendimento por conta da manifestação. Ele explicou que a exigência é que, mesmo para os cargos de técnico, seja demandado curso superior. De acordo com o sindicalista, atualmente, 682 técnicos estão na ativa atualmente.

“A modernização da carreira passa por critério de acesso, como ocorreu com a Receita Federal, a PM e Polícia Civil do Distrito Federal”, citou. “Hoje, o acesso é de nível médio e queremos que seja nível de graduação”, continuou. Brasil afirmou que o Sintbacen divulgará documento com a denúncia de que o desvio de função, gera um gasto desnecessário de R$ 17 milhões. Segundo ele, analistas em fim de carreira têm salário de R$ 20 mil e os técnicos recebem cerca de 43% desse total (cerca de R$ 11,4 mil).

Segundo o sindicalista, o BC e o Ministério do Planejamento assumiram em 2004 e 2008 o compromisso de modernizar esse cargo. “O BC entende que técnicos deveriam receber 62% do que os analistas recebem. Em vez de fazer concurso para analistas, se fizer para técnico, vai diminuir as despesas.”

Brasil afirmou que todas as praças em que o BC atua devem aderir à manifestação. Apenas em Porto Alegre ainda não houve uma resposta. O sindicato não quer misturar a paralisação com o momento política de pré-eleição. “Não estamos encaminhando para partidos”, disse. “O governo se comprometeu a dar resposta até 12 de setembro, e como não houve.” A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do BC, solicitando informações sobre esse caso, e aguarda retorno. (Célia Froufe/Agência Estado)

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