Algodão

Se apelasse à OMC, Brasil receberia mais que US$ 300 milhões

Itamaraty não apelou à OMC para a vitória não ser atribuída a Azevêdo

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Após duas decisões favoráveis na Organização Mundial do Comércio (OMC) desde 2002, governo e setor privado brasileiros anunciaram nesta quarta o memorando de entendimento que encerrou a disputa de 12 anos em torno de subsídios ao cultivo do algodão, mas os Estados Unidos poderiam pagar bem mais que os US$ 300 milhões acertados, até porque as punições comerciais totalizam US$ 829 milhões. Para isso, bastava apelar à OMC para que o árbitro internacional do comércio implementasse suas decisões a favor do Brasil.

O Ministério das Relações Exteriores não pressionaram para que o caso fosse levado à OMC por causa dos ciúmes da cúpula do Itamaraty em relação ao embaixador brasileiro Roberto Azevêdo, diretor-geral do organismo internacional. O Itamaraty não queria que a solução do caso fosse atribuída a Azevêdo e, sim, ao governo federal, em razão do processo eleitoral em curso. Azevêdo é um dos diplomatas mais admirados no mundo e também entre os próprios colegas, mas a enciumada cúpula do Itamaraty o consideram uma “ameaça”, porque seu nome sempre é citado como um futuro ministro das Relações Exteriores, seja quem for o presidente.

O pretexto para evitar a OMC foi a de que a adoção de um painel de implementação, que em até um ano obrigaria os Estados Unidos a pagarem ao Brasil a indenização de US$ 829 milhões pelos subsídios ilegais, os americanos poderiam adotar uma “retaliação cruzada”, pela quebra de patentes de medicamentos, livros e filmes.

Também foi incluída no entendimento uma “cláusula de paz”, pela qual o Itamaraty não questionará os programas de apoio ao algodão americano, até que se aprove uma nova “Farm Bill”. Mas, se identificar algum outro problema, o governo brasileiro fará consultas aos Estados Unidos antes de eventualmente levar a briga para a corte internacional de comércio. (Com informações da Agência Estado)

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