Fantasmas de Youssef

MPF descobre novas empresas envolvidas com doleiro

Segundo a SPEA tanto os endereços das empresas como os telefones não existem

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O Ministério Público Federal (MPF) identificou três empresas de fachada que receberam R$ 1,17 milhão, no esquema criando pelo doleiro Alberto Youssef que desviou bilhões da Petrobras.

Um novo relatório com essas informações já foi anexado a um dos processos da Operação Lava-jato, na 13ª Vara Federal de Curitiba. A Secretaria de Pesquisa e Análise (SPEA) da Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta no relatório nº 95/14 a análise de uma planilha, encontrada nos escritórios de Youssef, que mostram pagamentos feitos pelo Consórcio CNEC Camargo Corrêa por meio da fornecedora de tubos Sanko Sider, para várias empresas.

O consórcio é o responsável pelas obras da Refinaria Abreu e Lima, no estado de Pernambuco. Estão sendo examinados os pagamentos de R$ 1,17 milhão para as empresas RDC Trading, Four Factoring e Techno System. Da RDC Trading os R$ 2,7 milhões foram destinados ao  Laboratório Labogen, utilizado pelo doleiro para enviar dinheiro ao exterior.Tanto a Sanko como a Camargo Corrêa negam ter feito os pagamentos.

De acordo com a SPEA, as firmas Four Factoring e Techno estavam inativas e os endereços apontados como sendo das sedes das empresas, são na verdade residenciais. Os telefones indicados à Receita Federal também não são das empresas. Por essas razões, não foram localizadas as notas fiscais que justificam os repasses de dinheiro, que constam na planilha do doleiro. As três empresas apresentam indícios de que não existiam.

O julgamento do caso está próximo, o juiz Sérgio Moro pediu celeridade nas últimas diligências do processo, assim o Ministério Público e a defesa dos réus poderão apresentar as alegações finais antes da decisão judicial.

Para os investigadores essa descoberta mostra a amplitude do esquema de corrupção montado pelo doleiro juntamente com o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

O advogado do doleiro, Antônio Basto, alega desconhecer as empresas. A assessoria da Sanko nega tudo e diz que são acusações surreais.

 

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