Passeata

Manifestantes 'contra a direita' reagem a derrota do PT em SP

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O frio e a chuva que caiu no final da tarde desta quinta-feira não espantaram os manifestantes que marcharam pelas ruas de São Paulo com o lema “Contra a direita e por mais direitos”. Composta por militantes ligados ao Movimento dos trabalhadores Sem Teto (MTST) e à Central Única dos Trabalhadores (CUT), marcha foi uma reação a manifestações conservadoras realizadas há duas semanas e uma cobrança pelo comprometimento da presidente Dilma Rousseff com reformas populares no seu segundo mandato. Havia uma profusão de bandeiras, quase todas vermelhas, e nenhuma do Brasil. Em São Paulo, Dilma e o PT sofreram uma das mais expressivas derrotas eleitorais de todo o País, em outubro.

“Estamos aqui para mostrar que enquanto eles reúnem mil pessoas para defender causas caras ao povo brasileiro, como a volta da ditadura e o ódio a nordestinos, nós reunimos cinco vezes mais por causas como reformas política e tributária”, disse o coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos.

A manifestação se concentrou em frente ao vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e, com faixas, cartazes e dois carros de som ocupou uma pista da Avenida paulista, seguiu por ruas do Jardins, bairro nobre da capital paulistana, desceu a consolação em direção à na Praça da Sé, o destino final.

Enquanto passava pela Rua Augusta e a Alameda Jaú, nos Jardins, em protesto contra declarações preconceituosas contra nordestinos, o carro de som tocou músicas de Luiz Gonzaga e Zé Ramalho, dois ícones da cultura do Nordeste. Manifestantes carregavam pás e enxadas e dançaram forró.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, manteve o tom. Segundo ele, a marcha teve como objetivo mostrar “que não são só os reacionários que vão para a rua”. “Esse ato é para dizer que acabou a eleição”, disse. Ao direcionar o discurso para o governo, Freitas disse que o “povo não votou para ter banqueiro como presidente do Banco Central nem como ministro da Fazenda. “Queremos que o governo olhe para a gente, queremos a diminuição da jornada de trabalho, o fim do fator previdenciário”, disse.

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