Fidel Castro fala da reaproximação entre Cuba e EUA

Depois de mais de um mês, o líder cubano Fidel Castro, 88 anos, quebra o silêncio e se pronuncia pela primeira vez, sobre a histórica aproximação entre Cuba e os Estados Unidos, anunciada no dia 17 de dezembro por seu irmão e sucessor, Raúl Castro e o presidente dos EUA, Barack Obama.

Nesta segunda-feira (26) Fidel enviou uma carta a Federação Estudantil Universitária onde expressa sua opinião sobre a decisão cubana de restaurar os laços diplomáticos, “Não confio na política dos Estados Unidos nem troquei qualquer palavra com eles, mas isso não significa uma rejeição de uma solução pacífica para os conflitos ou perigos de guerra”.

Entretanto, Fidel demostrou apoio a posição de Raúl Castro, “O presidente de Cuba deu passos pertinentes de acordo com suas prerrogativas e poderes que lhe concedem a Assembleia Nacional e o Partido Comunista de Cuba”.

O pai da Revolução Cubana falou sobre a importância da união entre as nações, “Sempre vamos defender a cooperação e a amizade com todos os povos do mundo, incluindo nossos adversários políticos”, e completou, “Qualquer solução pacífica e negociada para os problemas entre os Estados Unidos e os povos, ou qualquer povo da América Latina, que não implique o uso da força deverá ser tratada de acordo com os princípios e normas internacionais.” afirmou o ex-líder cubano.

A mensagem veio dias após as primeiras rodadas de negociações entre os países, na semana passada o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, esteve reunido em Havana com congressistas norte-americanos, para analisarem as expectativas do processo de normalização das relações entre as duas nações.

Os laços diplomáticos entre as duas nações estavam rompidos desde 1962. Em 1977 houve um abrandamento, mantendo-se entre Cuba e EUA contratos de interesses menores.

Até o momento, nem a Casa Branca, nem Raúl Castro fizeram algum comentário sobre as declarações de Fidel Castro.