Fiasco

Descontrole emocional vira motivo para explicar fracasso na Copa

Após o jogo sofrido contra o Chile, até o capitão Thiago Silva desabou

acessibilidade:

A seleção brasileira começou a desabar quando os jogadores perderam o controle emocional e a comissão técnica ficou sem saber o que fazer. Felipão e seus assessores apelaram à psicóloga Regina Brandão na tentativa de mudar o quadro, mas não conseguiram reverter a situação. Após a angústia da vitória contra o Chile na decisão por pênaltis, o treinador quis dar um basta ao choro dos jogadores.

“É hora ser menos coração e mais razão”, anunciou o técnico. Não deu certo. E, para aumentar o drama, Neymar saiu da Copa, ao fraturar a terceira vértebra lombar no jogo contra a Colômbia nas quartas de final. Se com Neymar estava difícil manter o controle emocional, sem ele era quase impossível.

Além do choro, os jogadores entraram em campo com as mãos nos ombros uns dos outros, formando uma corrente, e mostravam empolgação ao cantar o hino. Felipão dizia que tais atitudes não partiram da comissão técnica. Os atletas tomaram a iniciativa de adotar os gestos. Era um resgate da união do grupo demonstrada na Copa das Confederações.

Na estreia contra a Croácia, a comissão técnica tolerou o mar de lágrimas dos jogadores. Era o primeiro jogo e conter a emoção antes de entrar em campo e no momento de cantar o hino seria impossível. Veio o segundo jogo, dessa vez em Brasília, e as cenas se repetiram. Sinal de alerta na comissão. Quando o Brasil enfrentou Camarões, com a vaga nas mãos, não havia necessidade para tanto sentimento.

Era preciso tomar uma providência. Sempre aflitos e ansiosos, com nervos à flor da pele, os atletas estavam descompensados e os efeitos desse descontrole foram negativos dentro de campo. Felipão, que pedia monitoramento diário da psicóloga, convocou uma reunião.

A crise apertou no jogo contra o Chile. Felipão sentiu medo de cair nas oitavas de final por pura falta de confiança no equilíbrio emocional dos jogadores. Ele mesmo ficou abatido e temeroso. O medo de sair da Copa tão cedo assombrou a seleção.

A mudança de comportamento era urgente. Mas ninguém mais se controlou. Até o capitão Thiago Silva desabou. E quando Neymar saiu da Copa com a vértebra quebrada, o Brasil perdeu o resto da identidade que tinha.

Reportar Erro