De saída do Senado

Sarney chama golpe de revolução e diz que MA está na vanguarda

Em último dscurso, Sarney chama golpe de revolução e diz que MA está na vanguarda

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O senador José Sarney (PMDB-AP) fez nesta quinta-feira (18) o que provavelmente deve ser o último discurso como parlamentar. Sarney aproveitou o momento para agradecer ao povo maranhense e criticar a forma como a imprensa retrata o estado. A família do senador é dona do Sistema Mirante de Comunicação que, entre outros veículos, engloba o jornal “O Estado do Maranhão”, principal jornal impresso do MA, e a TV Mirante, afiliada da Rede Globo no Estado.

Sarney disse que o Maranhão ?está numa vanguarda? do crescimento no país. ?Esses números sem dúvida chocam porque a nossa mídia faz parecer que o Maranhão é exemplo de um crescimento menor, mas na realidade, ele está numa vanguarda”. O estado tem o penúltimo pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, ganha apenas do estado de Alagoas. O indicador é elaborado ONU.

De saída do parlamento, José Sarney, que ocupa cargo político desde 1955 quando assumiu uma cadeira como deputado federal, criticou o sistema político brasileiro e defendeu a reforma política. ?Há muito eu defendo o voto distrital (…). Ele (voto uninominal – voto dado pelo eleitor direto no candidato escolhido, e não em uma lista.) é o responsável… é uma reminiscência do século XIX, que vem das ideias lançadas por Assis Brasil e esse voto uninominal é a causa do que nós temos (hoje) e constitui a grande causa do atraso do Brasil”, afirmou.

Foi neste contexto que o senador chamou o golpe militar de 1964 de “revolução”. “Acabaram as lideranças no Brasil. Talvez a coisa pior que a revolução fez no Brasil foi ter acabado com os partidos no Brasil”, disse o parlamentar.

Sarney disse ainda estar arrependido por ter assumido cargos públicos após ter sido presidente da República e afirmou ser preciso proibir ex-presidentes de assumir cargos públicos, até mesmo os eletivos, após deixarem o comando do país. “Até fazendo uma mea culpa, arrependimento. Penso que é preciso proibir que ex-presidentes ocupem qualquer cargo público mesmo que seja cargo eletivo. Nos EUA é assim e eles passam a ter uma função que é uma função que serve ao país. Eu me arrependo, eu acho que foi um erro que eu fiz ter voltado depois de presidente à vida pública e esse arrependimento me trouxe a convicção de isso é uma das coisas necessárias”, disse Sarney.

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