A chantagem do Petrolão

Empreiteiras ameaçam acusar Petrobras de chantagem

Defesa afirma que empresas guardam e-mail que prova coação dentro da estatal

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Segundo o advogado criminalista Alberto Toron, dirigentes de uma das empreiteira enroladas no Petrolão guarda um e-mail para provar que as empreiteiras foram vítimas de coação feita por ?funcionário graduado? da Petrobras. De acordo com publicação do jornal O Globo desta segunda-feira, 26, o funcionário teria ameaçado: ?Se não pagar, vão sangrar até o fim?.

Toron defende a UTC, empresa cujo principal executivo, Ricardo Pessoa, está preso há dois meses. Na cadeia, Pessoa estaria amadurecendo a ideia de prestar uma delação premiada. Ele é acusado de liderar o “clube” que combinava quem ganharia contratos da Petrobras e definia as obras simulando um regulamento de campeonato de futebol. O advogado mantém o nome da empresa em segredo e disse que a empreiteira o procurou por precaução, mas ainda não foi chamada pelos investigadores da operação Lava Jato.

Dirigentes de seis das maiores empreiteiras do país são acusados pela Lava Jato de fazer parte de grupo acusado de ter cometido os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. A longa permanência na prisão, somada ao declínio nos negócios, contribui agora para a disposição de abrir a boca.

A revelação do conteúdo do e-mail fortalece uma ameaça que prospera entre os executivos envolvidos no escândalo da Petrobras. Eles têm a intenção de provar judicialmente que, para obter contratos ou receber os valores devidos, as empreiteiras tinham de se sujeitar à chantagem dos diretores da estatal. “É uma linha plausível, mas não quer dizer que vamos segui-la. Por enquanto, só posso dizer que os funcionários da Petrobras não podem ser tratados como anjinhos, como coitadinhos. Não dá. Houve uma postura ativa de pedir dinheiro, de exigir dinheiro. Isso é incontestável”, afirmou o advogado.

Pela tendência demonstrada até aqui, os executivos insistirão que o esquema partiu do grupo político que assumiu a Petrobras nos governos Lula e Dilma e apresentou novas regras e novos valores de propina para fechar contratos com a empresa.

 

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