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Artesanato: encontro deve gerar US$ 450 mil em negócios futuros

Encontro realizado em Minas serve para aumentar a presença do artesanato brasileiro no exterior

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Belo Horizonte – As exportações do artesanato brasileiro vêm crescendo a cada ano. Em 2012, as vendas para fora do país somaram US$11 milhões, e no ano passado, esse valor ultrapassou US$ 13 milhões (fonte: Apex-Brasil). Para ampliar a divulgação dos produtos brasileiros no exterior, a Apex-Brasil, o Sebrae e o Centro Cape trouxeram sete compradores da França, Suíça e Estados Unidos para conhecer a produção artesanal  de Minas Gerais e negociar com 48 artesões da região Central do estado.

A iniciativa integra as ações do projeto ?Brasil Handcraft Discover? que estimula a presença do artesanato brasileiro em mercados importantes da Europa e Estados Unidos. ?Nos últimos dois anos, o projeto resultou na exportação de aproximadamente US$ 1,5 milhão do artesanato brasileiro. A previsão é que este encontro realizado em Minas Gerais gere cerca de US$ 450 mil em expectativas de negócios futuros?, afirma a gestora de projetos da Apex-Brasil, Márcia Gomide.

No dia 29 de setembro, 29 artesãos apresentaram seus produtos diretamente para compradores internacionais, em um encontro realizado em Belo Horizonte. Entre os produtos que despertaram interesse dos estrangeiros estão peças feitas em cerâmica em formato de cubas, potes e saladeiras. ?O que mais chamou a atenção dos compradores foram as peças decorativas e utilitárias. Produtos exclusivos que mesclam  o rústico e o moderno, o colorido e o opaco, o liso e a textura, o brilhante e o fosco?,  explica a artesã Danielle Drummond.

A artesã trabalha há oito anos com a cerâmica e agora quer expandir o mercado. ?Já vendi peças para os Estados Unidos, mas quero ir além. Esse encontro com os compradores internacionais é um termômetro para saber se estou no caminho certo?, afirma Danielle.

Segundo Tânia Machado, presidente do Instituo Centro de Capacitação e Apoio ao Empreendedor (Centro Cape), no ano passado, as exportações do artesanato mineiro chegaram a US$ 4,8 milhões, sendo os Estados Unidos principal mercado. ?Quando o artesão vai vender para fora do país, ele melhora consideravelmente seu desempenho no mercado interno, já que acaba se preocupando mais com a embalagem, com o acabamento e ainda com pesquisas de mercado?, diz Tânia.

Cuidados

Para a analista da Unidade de Comércio, Serviços e Artesanato do Sebrae Minas, Sabrina Campos, o mercador externo é um importante canal de venda para os artesãos que já são consolidados no mercado interno e querem diversificar sua carteira de clientes. ?Mas antes de partir para a exportação, o artesão deve definir um preço de venda, ter uma ficha técnica do produto e avaliar a melhor logística para envio da encomenda. Tem que haver planejamento de custos e persistência para conquistar esse mercado?, complementa.

Foi com muita persistência que o artesão Odair Ribeiro conseguiu fazer várias exportações. As bailarinas de resina,feitas com saias de cabaça revestidas de chita, fibra de bananeira e outras matérias-primas tipicamente brasileiras, conquistaram os estrangeiros. ?Já vendi para seis países: Espanha, Portugal, França, Alemanha, Estados Unidos e Inglaterra. O mercado externo é promissor, mas ainda sentimos muita dificuldade quando temos que exportar uma quantidade maior, o custo chega a ser 80% do preço do produto?, comenta o artesão.

Já a compradora Angelis Gross diz que os artesãos também devem ficar atentos à cultura e ao modo de vida do país para onde irá exportar. ?Cada mercado tem sua particularidade. O que muitas vezes se vende no Brasil, não tem saída lá fora. Produtos que tenham que passar, lavar ou muito grandes, geralmente, não despertam interesse. O europeu, por exemplo, quer cada vez mais praticidade, já que não tem tempo nem espaço em suas casas?, confessa.

Angelis está voltando para os Estados Unidos com 12 peças, entre cadeiras, poltronas e pufes, produzidos em Ubá. ?Queria tecidos importados para forrar as cadeiras, mas quando vi os tecidos brasileiros fiquei encantada?, afirma.

Diferencial brasileiro

Para o comprador francês Michel Ferragu, mais que beleza, o artesanato brasileiro tem algo a mais que desperta o interesse do mercado internacional. ?Os brasileiros são criativos e originais, não são como os chineses que fazem meras cópias. Os produtos do Brasil são artesanais, que mostram a tradição e a cultura do povo. O consumidor não compra só uma peça decorativa, ele compra também a história. Esse é o diferencial?, diz Michel.

Michel integra o grupo de compradores que participou das visitas – realizadas de 25 a 28 de setembro – a ateliers em São João del Rei, Tiradentes, Santa Cruz de Minas, Resende Costa, Prados e Lagoa Dourada, região conhecida como Trilha dos Inconfidentes, para conhecer o trabalho de 19 artesãos previamente selecionados pelo Sebrae e Centro Cape. Os empresários negociaram produtos para serem vendidos em museus, galerias de arte e lojas.

Entre os ateliês visitados está o Bicho da Terra, da artesã Lenisa Carvalho, localizada no distrito de Vitoriano Veloso, mais conhecido como Bichinho. A artesã já vende frutas em madeira, divinos e objetos decorativos em ferro para São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro.?Os compradores levaram algumas amostras dos nossos produtos. Estamos confiantes e esperamos o próximo contato. Queremos ganhar o mundo?, afirma.

Assessoria de Imprensa do Sebrae Minas

(31) 3379-9275 /9276

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