Recolhimento de impostos

Arrecadação federal fecha 2014 com a 1ª queda em 5 anos

Desaceleração da economia e desonerações foram os principais motivos para a queda de 1,79% ante 2013, já descontada a inflação

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Por conta da desaceleração da economia e da renúncia com desonerações tributárias, a arrecadação de tributos federais fechou 2014 com queda real de 1,79% em relação a 2013, somando R$ 1,187 trilhão. É o primeiro recuo do recolhimento de impostos em termos reais desde 2009, auge da crise financeira internacional, quando a arrecadação teve uma queda de 2,66% em relação a 2008.

O resultado veio abaixo das estimativas feitas pela Receita Federal que previa um crescimento de zero no ano passado, depois de ter começado 2014 com uma previsão de alta de 3,5% na arrecadação. Também ficou aquém da mediana da pesquisa AE Projeções, de R$ 1,199 trilhão, encontrada a partir do intervalo entre R$ 1,100 trilhão e R$ 1,205 trilhão.

Apenas em dezembro, a arrecadação somou R$ 114,748 bilhões e foi a mais baixa para o mês desde 2009. O resultado representa uma queda real de 8,89% ante dezembro de 2013 e uma alta de 8,99% ante novembro de 2014 – e também ficou abaixo das projeções. De acordo com o levantamento da AE Projeções, as expectativas indicavam um resultado de arrecadação de R$ 115,5 bilhões a R$ 132,7 bilhões para os cofres públicos. A mediana era de R$ 122,6 bilhões.

Com as desonerações tributárias, o governo federal deixou de arrecadar R$ 104,043 bilhões em 2014, valor 32,4% maior que os R$ 78,585 bilhões registrados em 2013. Só em dezembro do ano passado, a renúncia foi de R$ 11,112 bilhões, um número que é 31,20% maior que os R$ 8,469 bilhões registrados no mesmo mês de 2013. A desoneração referente à folha de salários somou R$ 21,568 bilhões em 2014, sendo R$ 4,027 bilhões referentes ao mês de dezembro.

Já a arrecadação com o Refis – recursos extras com o parcelamento de dívidas – somou R$ 19,949 bilhões em 2014 e ficou acima da estimativa do Fisco, que era de R$ 18 bilhões. Esse reforço, no entanto,  não foi suficiente para evitar a queda da arrecadação em 2014. (AE)

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